CONCEPÇÃO
ERRADA: Porque a evolução é lenta, os seres humanos não a conseguem
influenciar
CORRECÇÃO: Como
foi descrito na correcção da concepção errada ‘A evolução apenas ocorre de forma lenta e gradual’, a evolução por
vezes ocorre de forma rápida. E uma vez que os seres humanos muitas vezes
causam grandes alterações no ambiente, somos frequentemente os instigadores da
evolução de outros organismos.
Aqui estão apenas alguns exemplos de evolução causada
por acções humanas, para explorar [em inglês]:
- insectos como percevejos
ou pestes agrícolas
evoluíram resistências aos nossos pesticidas;
- bactérias,
o vírus HIV,
parasitas que provocam malária
e o cancro
evoluíram resistências aos nossos fármacos.
.
CONCEPÇÃO
ERRADA: A deriva genética ocorre apenas em populações pequenas
CORRECÇÃO: A
deriva genéticaa tem um efeito maior em populações pequenas mas o processo
ocorre em todas as populações - grandes ou pequenas.
A deriva genética ocorre porque, devido ao acasoa, os
indivíduos que se reproduzem podem não representar exactamente o património
genético de toda a populaçãoa. Por exemplo, numa geração de uma população de
ratos de cativeiro, os indivíduos de pêlo castanho podem-se reproduzir mais do
que os indivíduos de pêlo branco, fazendo com que a versão do genea que codifica
o pêlo castanho aumente na população - não porque beneficia sobrevivências mas
apenas devido ao acaso.
O mesmo processo ocorre em populações grandes: alguns
indivíduos podem ter sorte e deixar muitas cópias dos seus genes na geração
seguintes enquanto outros podem ter azar e deixar menos cópias. Isto faz com
que a frequência de diferentes versões de um gene sofra flutuações (“derive”)
de geração para geração. No entanto, em populações grandes, as alterações das
frequências de um gene de geração para geração tende a ser pequena enquanto em
populações pequenas estas alterações podem ser maiores.
Independentemente do seu impacto ser maior ou menos,
a deriva genética ocorre sempre, em todas as populações. É igualmente
importante ter em atenção que a deriva genética actua ao mesmo tempo que outros
mecanismos evolutivos, como a selecção naturala ou a migraçãoa.
Para saber mais sobre deriva genética,
veja o separador Evolution 101 [em inglês].
Para saber mais
sobre tamanho populacional e qual a sua relação com a deriva genética,
veja este artigo avançado [em inglês].
Veja também esta
actividade pedagógica.
.
CONCEPÇÃO
ERRADA: Os seres humanos não estão a evoluir
CORRECÇÃO: Actualmente,
os seres humanos são capazes de modificar o ambiente com tecnologia. Inventámos
tratamentos médicos, práticas agrícolas e estruturas económicas que alteram
significativamente os desafios da reprodução e sobrevivência que enfrentamos.
Por isso, por exemplo, porque conseguimos tratar a diabetes com insulina, nos
países desenvolvidos a versão genética que contribui para a diabetes juvenil já
não está sob a forte influência da selecção negativa (ou seja, já não é
fortemente seleccionada para desaparecer).
Alguns argumentaram que tais avanços tecnológicos significam
que optámos por nos excluirmos do jogo da evolução e nos colocámos fora do alcance
da selecção natural - essencialmente, que parámos de evoluir. No entanto, não é
este o caso.
Os seres humanos ainda enfrentam desafios à
sobrevivência e à reprodução só que não são os mesmos de há 20 mil anos. A
direcção, mas não o facto, da nossa evolução mudou. Por exemplo, os humanos
modernos que vivem em áreas densamente povoadas enfrentam maiores riscos de
doenças epidémicas que os nossos ancestrais caçadores-recolectores (que, no seu
dia-a-dia, nunca contactaram de forma próximas com tantas pessoas) - e esta
situação favorece a disseminação de versões genéticas que nos protegem destas
doenças.
Os cientistas descobriram muitos destes casos de
evolução humana recente. Explore estas ligações [em inglês] para saber mais
sobre:
.
CONCEPÇÃO
ERRADA: As espécies são entidades naturais distintas, com uma definição
clara, e que são facilmente identificáveis por qualquer pessoa
CORRECÇÃO: Muitos
de nós estão familiarizados com o conceito biológico de espécie, que define uma
espécie como um grupo de indivíduos que realmente ou potencialmente acasalam na
natureza.
Esta definição pode parecer exacta e lógica -e para
muitos organismos (por ex., mamíferos), funciona bem- mas em inúmeros outros
casos é difícil de aplicar. Por exemplo, muitas bactérias reproduzem-se assexuadamente.
Nestes casos, como se pode aplicar o conceito biológico de espécie?
Muitas plantas e alguns animais produzem híbridos na
natureza, mesmo se maioritariamente se cruzem com indivíduos do seu próprio
grupo. Deverão os grupos que ocasionalmente hibridizam em áreas específicas ser
considerados a mesma espécie ou espécies distintas?
O conceito de uma espécie é confuso porque os humanos
inventaram o conceito para facilitar a compreensão da diversidade do mundo
natural. É difícil de aplicar porque o termo espécie reflecte a nossa tentativa
de dar nomes discretos a diferentes partes da árvore da vida - que não é nada
discreta, mas sim uma teia da vida contínua, ligada desde as suas raízes até às
suas folhas.
Para saber mais sobre o conceito biológico de espécies, veja o separador Evolution 101 [em inglês].
Para saber mais
sobre outros conceitos de espécies,
visite este separador [em inglês].
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a Definição no Glossário.
a Definição no Glossário.