terça-feira, 30 de dezembro de 2014

o jogo da sobrevivência dos Neandertais


O "Jogo da sobrevivência dos Neandertais" ("The Neanderthal survival game") é uma animação que recria sob a forma de um jogo de tabuleiro a evolução e história deste grupo de hominíneos na Europa com base no conhecimento actual que temos sobre estes nossos "parentes".

Numa viagem de cerca de 50 mil anos podemos perceber melhor como terão desaparecido os Neandertais e como as populações de Homo sapiens se terão conseguido estabelecer na Europa:




Deixamos uma tradução do texto escrito por Ewen Callaway, e publicado na secção "Notícias" da revista científica Nature, sobre este jogo e as novas descobertas sobre os Neandertais. O artigo original pode ser lido aqui.

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"Neandertais: técnica para o estudo dos ossos reescreve a pré-História"

Melhoramentos da técnica de datação com carbono mostra que os Neandertais desapareceram da Europa muito mais cedo que o que se pensava.


 Os Neandertais e os humanos (Homo sapiens) viveram na Europa durante milhares de anos, concluiu um cronograma baseado em datações de radiocarbono de 40 sítios-chave em toda a Europa. Os resultados, publicados na revista científica Nature, podem ajudar a terminar um impasse centenário sobre o desaparecimento dos Neandertais e a sua relação com os humanos.

Os investigadores usaram 196 datas de radiocarbono de vestígios orgânicos que mostraram que os Neandertais desapareceram da Europa há cerca de 40 mil anos, mas ainda muito tempo antes da chegada dos humanos ao continente. "Humanos e Neandertais foram contemporâneos durante um longo período de tempo em diferentes partes da Europa", diz Tom Higham, um arqueólogo da Universidade de Oxford, Reino Unido, que liderou o estudo. A longa sobreposição forneceu bastante tempo para trocas culturais e miscigenação, acrescenta.

O que aconteceu exactamente há 30-50 mil anos ainda incomoda os arqueólogos porque o período está mesmo no limite da datação precisa com radiocarbono. A técnica baseia-se na medição da perda estável de moléculas de Carbono-14 em restos orgânicos. Mas após 30 mil anos, 98% dos isótopos já se perdeu e novas moléculas de carbono começam a infiltrar-se nos ossos, fazendo com que os restos pareçam mais novos do que realmente são. Isto significa que as datas para o final dos Neandertais e para as primeiras ocupações da Europa pelos humanos têm sido pouco fiáveis, fomentando o debate.

Mas nas últimas décadas, Higham e a sua equipa têm desenvolvido técnicas que fornecem uma leitura mais precisa em ossos com até 55 mil anos (ver Nature 485, 27–29; 2012). Primeiro, usaram um pré-tratamento químico para remover carbono contaminante do colagénio dos ossos, depois mediram as minúsculas quantidades de radiocarbono com um acelerador de partículas.

A técnica já permitiu que os investigadores reescrevessem a pré-história da Europa, caverna a caverna, e mostraram que os primeiros humanos chegaram ao sudoeste da Inglaterra e ao sul da Itália, por exemplo, bem depois de há 40 mil anos. Agora aplicaram a técnica às ocupações dos Neandertais por toda a Europa, que estão associadas a ferramentas líticas conhecidas como artefactos musterienses. Do Mar Negro à costa Atlântica de França, estes artefactos e os restos de Neandertais desaparecem dos sítios Europeus aproximadamente na mesma altura, há cerca de 39-41 mil anos, concluiu a equipa de Higham. A datação desafia os argumentos de que os Neandertais sobreviveram em refúgios no sul da Península Ibérica até tão recentemente como há 28 mil anos.

Os humanos, argumenta a equipa de Higham, estiveram em Itália tão cedo quanto há 45 mil anos, onde desenvolveram uma cultura lítica conhecida como cultura Uluziana. A equipa estimou que os humanos e os Neandertais coexistiram durante cerca de 5400 anos em partes do sul da Europa mas numa menor extensão, ou mesmo não coexistiram, noutras partes do continente. "Estiveram certamente nas mesma áreas”, disse Higham.

A coexistência também suporta a ideia controversa de que alguns artefactos Neandertais, como as cabeças de concha e ferramentas líticas da cultura Chatelperroniana que apareceram em França e Espanha há mais de 40 mil anos, surgiram do contacto com humanos, diz Higham.

Tempo de sobra

“Concordo absolutamente com o Tom,” diz Paul Mellars, um arqueólogo da Universidade de Cambridge, Reino Unido, que há muito defende a ideia de que os Neandertais usaram tecnologia dos humanos. “Houve decerto oportunidades para contactos e interacções milhares de vezes em quase todas, se não todas, as áreas da Europa", diz.

Outros são mais cépticos. Clive Finlayson, director da divisão de herança do Museu de Gibraltar cuja equipa datou os restos de carvão com 28 mil anos dos Neandertais da ponta de Gibraltar, questiona as conclusões abrangentes do cronograma. Dificilmente os arqueólogos irão encontrar a última ocupação Neandertal, argumenta, e os métodos que a equipa de Higham usou para remover contaminações não funciona bem em ossos de sítios mais quentes porque o colagénio não é tão bem preservado como em sítios mais frios. Isto seria o caso no sul da Península Ibérica, onde Finlayson acredita que terão vivido os últimos Neandertais. “Estou bastante preocupado com o facto de, neste caso, estarmos a construir um castelo no ar”, diz.
Entretanto, Higham espera que o cronograma ajude a esclarecer outros mistérios sobre os Neandertais, tais como porque terão morrido e como interagiram com os humanos. O ADN recuperado de vestígios na Europa e oeste da Ásia, por exemplo, mostra que humanos e Neandertais se cruzaram há mais de 50 mil anos, provavelmente quando o ancestral comum de europeus e asiáticos surgiu vindo de África.

Não há ainda evidência de que humanos e Neandertais se cruzaram na Europe, mas milhares de anos de sobreposição torna o sexo mais provável, diz Higham. “Gosto da ideia de que eles não estão realmente extintos mas antes que continuam a viver em nós.”

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

inauguração da exposição "Somos mutantes!"


Inaugurou ontem, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, a reposição da exposição "Somos mutantes!". A exposição consiste numa pequena colecção de histórias sobre mutações e evolução recente de populações humanas, elaboradas no âmbito de um projecto de promoção da cultura científica financiado pela Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.

Para a inauguração contámos com a palestra "Somos todos Neandertais? O que nos dizem as novas evidências fósseis e genéticas.", proferida pela antropóloga Sandra Assis em representação do Grupo de Estudos em Evolução Humana da Universidade de Coimbra (GEEvH), num anfiteatro cheio de alunos do 11º ano de escolaridade.

Esta reposição está inserida no programa "Um dia sobre evolução" e ficará patente ao público até ao dia 1 de Fevereiro de 2015.

http://umlivrosobreevolucao.blogspot.pt/


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Em paralelo, organizaram-se algumas actividades associadas ao tema da exposição:

. 11 de Dezembro de 2014 a 1 de Fevereiro de 2015 | Actividades complementares
Atividades a realizar no final da visita à exposição “Somos mutantes!”
Duração: 20 minutos
Escolas

. 24 de Janeiro de 2014 | Borboletas mutantes

As mutações alteram o código da vida. Vem decifrar esse código e desvendar a razão das diferenças e semelhanças entre seres vivos.
7-10 anos

. 28 de Janeiro de 2014 | A história de um erro

Exibição de um documentário sobre a paramiloidose, seguido de uma conversa informal sobre a doença.
Estudantes do Ensino Básico e Secundário; Estudantes do Mestrado Integrado em Medicina; Estudantes da Licenciatura em Biologia; Estudantes da Licenciatura em Bioquímica; Todo o público

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

o livro na Casa das Ciências

http://rce.casadasciencias.org/



O livro "Um livro sobre evolução" passou a estar também disponível no portal da Casa das Ciências. E foi com grande satisfação que o vimos destacado na página 42 do volume de Outubro a Dezembro da Revista de Ciência Elementar.

domingo, 16 de novembro de 2014

o princípio da macacada

http://umlivrosobreevolucao.blogspot.pt/


No passado dia 9 realizou-se a segunda actividade do programa "Um dia sobre evolução": uma sessão para famílias onde os protagonistas foram os primatas. Os 27 participantes tiveram a oportunidade de aprender um pouco mais sobre a evolução dos principais grupos de primatas e quais as suas características. No final, realizámos algumas tarefas essenciais à sobrevivência, como a "pesca" de térmitas ou o partir nozes com as ferramentas certas!


http://umlivrosobreevolucao.blogspot.pt/
http://umlivrosobreevolucao.blogspot.pt/
http://umlivrosobreevolucao.blogspot.pt/


O programa continua no próximo dia 11 de Dezembro, com a inauguração da exposição "Somos mutantes!". Esta actividade terá outras três actividades relacinadas: uma palestra, uma oficina didáctica e uma sessão de exibição de um documentário seguido de debate.

A palestra "Somos todos Neandertais? O que nos dizem as novas evidências fósseis e genéticas." decorrerá aquando a inauguração da exposição, no Anfiteatro do Museu da Ciência, às 16h30, e é de entrada livre. Lá vos esperamos!



terça-feira, 21 de outubro de 2014

ciência na sala de aula



http://scienceintheclassroom.org/

Todos os dias, em grandes ou pequenas instituições de investigação, se fazem novas descobertas, com as quais aumentamos o nosso conhecimentos sobre o que nos rodeia. E todos os dias essas descobertas são divulgadas, através da publicação de artigos em revistas científicas. Assim avança a ciência.


Para melhor divulgar este processo, a Associação Americana para o Avanço da Ciência criou o portal "Ciência na sala de aula" ("Science in the classrom", no original). O projecto consiste "numa colecção de artigos de investigação anotados e acompanhados por material educativo desenvolvido para mostrar aos alunos como é que a ciência continua a avançar" e inclui um espaço para os interessados fazerem perguntas aos autores desses artigos.

O portal, e respectivos recursos, pode ser visitado aqui.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

mistério dos mistérios


Darwin considerava a origem das espécies como "o mistério dos mistérios" e dedicou uma grande parte da sua vida a tentar resolvê-lo. Em 1859 publicou o seu livro mais conhecido, "A origem das espécies por meio da selecção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida", no qual descreve o mecanismo de selecção natural como a força que influencia a evolução das espécies. No mesmo livro aborda de passagem a contribuição do acaso neste processo.

No passado dia 9 inaugurámos o programa "Um dia sobre evolução" com uma oficina sobre selecção natural e deriva genética (o acaso), e que contou com um conjunto muito animado de jovens com idades compreedidas entre os 7 e os 10 anos. Contámos ainda com a presença da Professora Ceiça Almeida, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, que acompanhou as actividades e tirou as fotografias que gentilmente disponibilizou para o blogue.





O programa continua em Novembro, no dia 9, com uma sessão sobre as nossas relações evolutivas com os restantes primatas e algumas características sobre este grupo. Nesta sessão contamos com a colaboração do Grupo de Estudos em Evolução Humana da Universidade de Coimbra (GEEvH). Mais informações aqui.
 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

um dia sobre evolução

http://www.museudaciencia.org/index.php?module=events&option=calendar&id=507



As página do livro "Um livro sobre evolução" vão ganhar vida! Ao longo dos próximos 10 meses vai ser possível percorrer os diferentes temas abordados no livro em actividades como exposições, oficinas didácticas, palestras, contos ou filmes. A programação completa vai sendo actualizada na página dedicada a este programa, no site do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra: aqui.

A primeira actividade é já em Outubro, no dia 11, e destina-se a jovens com idades compreendidas entre os 7 e os 10 anos. Na oficina "Mistério dos mistérios" vamos jogar dois jogos que nos irão ensinar muito sobre dois importantes mecanismos evolutivos, a selecção natural e a deriva genética. Mais informações aqui.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

la presentación del libro en México

¡La presentación del libro en la UNAM fue muy bien, con un público muy interesado! Compartimos una foto con algunos de los autores y de los miembros del jurado mexicano.

http://umlivrosobreevolucao.blogspot.pt/


De izquierda a derecha: Rodolfo Salas Lizana, Rogelio Rodríguez, Álvaro Chaos, Víctor Rogelio Hernández, Alejandra Vázquez Lobo, Luis Medrano González y Emiliano Rodríguez Mega. En la proyección, una fotografía de la presentación del libro en la escuela de Agrela.


El crédito de la fotografía es de Susana Esparza.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

el libro


A partir de hoy, la versión en castellano del libro está disponible en formato pdf en este blog, en el menú "O livro/El libro". El archivo pdf puede ser descargado aquí.

En breve daremos noticias sobre la presentación del libro en México.

sábado, 2 de agosto de 2014

ChronoZoom


ChronoZoom é uma ferramenta educativa para professores e alunos que queiram pôr eventos históricos em perspectiva.

Através de uma linha cronológica, é possível explorar diferentes aspectos da história do Universo (e da humanidade), incluindo a evolução de diferentes grupos de organismos que vivem ou já viveram na Terra.

O projecto tem também página no Facebook: ChronoZoom.

http://www.chronozoom.com/

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Os primeiros dinossauros poderão ter tido penas




Esta semana ficou a saber-se um pouco mais sobre a evolução das penas. Deixamos uma tradução do texto escrito por e publicado na secção “Notícias” da revista científica Science, sobre estas novas descobertas.

O artigo original pode ser lido aqui.



Um aparecimento precoce de características de aves? Este dinossauro do período Jurássico, mostrado numa reconstrução artística, tinha estruturas na sua pele que se assemelham a penas de dinossauros voadores de períodos tardios e de aves.



Os investigadores consideram unanimemente que as aves são dinossauros mas quando é que os dinossauros começaram efectivamente a ser aves? Novas escavações na Sibéria revelaram que um sinal inquestionável de que uma dada espécie é uma ave, a presença de penas, tem raízes muito profundas na árvore evolutiva dos dinossauros; de facto, os dinossauros poderão ter tido penas desde o início da sua existência, há cerca de 240 milhões de anos. 

O registo fóssil mostra claramente que as aves foram os únicos dinossauros a sobreviver a uma extinção em massa, há cerca de 66 milhões de anos, provavelmente causada pela colisão de um asteróide massivo contra a Terra.  Mas a última década ou duas de investigação, que foram marcadas pela descoberta de milhares de espécimes de aves primitivas e dinossauros voadores, também mostram que as penas foram uma inovação evolutiva que surgiu cedo - mesmo se provavelmente tenham surgido por motivos não relacionados com o voo activo, tal como o isolamento ou a exibição sexual. 

Quão cedo as penas surgiram tem sido matéria de debate. Apesar da melhor evidência da existência de penas ter sido encontrada num grupo de dinossauros carnívoros que remonta há cerca de 150 milhões de anos, e a partir do qual as aves evoluíram praticamente na mesma altura, têm também sido observadas estruturas filamentosas e hirsutas em dinossauros herbívoros evolutivamente distantes. Os exemplos mais marcantes têm sido Psittacosaurus, um primo do dinossauro Triceratops encontrado na Ásia e que data de cerca de 120 milhões de anos; e o Tianyulong, com cerca de 160 milhões de anos, encontrado na China e descrito em 2009. 

Se estas estruturas hirsutas representam penas primitivas, como os investigadores têm cada vez mais vindo a considerar, tal significa que as penas evoluíram nos dinossauros que precederam a separação evolutiva entre os designados saurísquios (que incluem as espécies carnívoras) e os ornitísquios (que englobam as espécies herbívoras) há mais de 200 milhões de anos. (Apesar dos seus nomes, os ornitísquios não estão relacionados com as aves, que são saurísquios.). 

“Há agora quase um consenso de que as estruturas hirsutas simples em Tianyulong e Psittacosaurus devem corresponder a estádios primitivos de desenvolvimento” do que os investigadores normalmente designam de “proto-penas”, diz Pascal Godefroit, um paleontólogo do Instituto Real Belga de Ciências Naturais, em Bruxelas. Mas ele e outros salientam que ainda faltam evidências sólidas para esta hipótese, em larga medida porque estes filamentos encontrados nestes herbívoros não têm a complexidade das proto-penas encontradas nos carnívoros primitivos. 

Em 2010, uma equipa liderada pela geóloga Sofia Sinitsa, do Instituto de Recursos Naturais, Ecologia e Criologia, na cidade siberiana de Chita, na Rússia, encontrou alguns fósseis de dinossauros perto do vale Kulinda. No início, os paleontólogos russos não ficaram muito impressionados porque os espécimes estavam fragmentados e mal conservados. Sinitsa encontrou mais fósseis em 2011 e 2012 e contactou Godefroit, cujo trabalho em aves primitivas é sobejamente conhecido, e outros investigadores. “Ficámos completamente em choque com as suas descobertas”, diz Godefroit, porque os novos espécimes tinham o tipo de estruturas complexas e multifilamentosas típicas de proto-penas. 

Nesta semana, na revista científica Science, Godefroit, Sinitsa e os seus colegas descrevem os detalhes de seis crânios parciais e de centenas de esqueletos do que chamaram Kulindadromeus zabaikalicus (de Kulinda, a localidade onde foram descobertos; dromeus, grego para “corredor”; e zabaikalicus, de Zabaikal krai [região], onde se localiza o vale Kulinda).
 
K. zabaikalicus, que pode datar de 175 milhões de anos, tem estruturas filamentosas na maior parte do seu corpo, incluindo a cabeça e tórax; mas os arranjos semelhantes a penas mais complexos encontram-se principalmente nos seus braços e pernas, num arranjo típico de muitos dinossauros carnívoros. “Pela primeira vez encontrámos estruturas compostas, mais complexas, em conjunto com estruturas semelhantes a pêlo mais simples” num dinossauro herbívoro, diz Godefroit, “que realmente se parecem com proto-penas em carnívoros mais avançados”. Godefroit e outros não afirmam que estes dinossauros primitivos conseguiriam voar porque os investigadores de um modo geral concordam em que as penas terão evoluído inicialmente para outros fins. Mas os achados sugerem que as penas poderão ter estado presente em alguns dos primeiros dinossauros e talvez fossem uma característica comum a todos os dinossauros.


Kulindadromeus fecha o acordo de que alguns dinossauros herbívoros tinham penas e é a melhor prova de que as penas não são algo que evoluiu apenas em dinossauros carnívoros” diz Stephen Brusatte, um paleontólogo da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. “Diz-nos que as penas deverão ter surgido na evolução dos dinossauros mais cedo do que o que a maioria de nós pensava e que talvez o ancestral comum a todos os dinossauros tivesse tido penas.” 

Os achados são “uma descoberta fantástica”, diz o paleontólogo Xing Xu, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Pequim. Mas adverte que os fósseis são ainda muito fragmentários para se ter a certeza que estruturas semelhantes a penas mais complexas realmente correspondem aquelas encontradas mais tarde nas aves. Por outro lado, diz Xu, o elevado número de esqueletos - que parecem representar diferentes idades, desde juvenis a adultos - prometem revelações importantes sobre os estádios de desenvolvimento das penas ao longo do crescimento dos dinossauros.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

exposição "Somos mutantes!"

http://www.museudaciencia.org/index.php?module=events&option=exhibitions&id=471


Um dos maiores contributos de Darwin para a nossa compreensão sobre a origem e evolução das espécies foi o reconhecimento da enorme importância da diversidade entre os indivíduos. Hoje sabemos que a fonte primordial para essa diversidade é a mutação.

Cada um de nós transporta um património genético composto por informações ancestrais, que partilhamos com um vasto número de espécies, e informações mais recentes, algumas partilhadas com espécies evolutivamente mais próximas, outras exclusivas da nossa linhagem. É o conjunto da informação genética adquirida - por mutação - ao longo da nossa história evolutiva que faz de nós humanos.

“Somos mutantes!” é uma exposição que conclui um projecto de promoção de cultura científica realizado em três escolas secundárias de Coimbra (José Falcão, Avelar Brotero e Infanta D. Maria), resultado de uma parceria entre o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (CIBIO/InBIO, Laboratório Associado).

Na primeira parte do projecto, alunos de quatro turmas foram investigadores por alguns dias e estudaram a distribuição populacional e evolução de mutações no gene TAS2R38, associadas à sensibilidade para detectar o sabor amargo. Nesta segunda parte - a exposição - contam-se as histórias de outras mutações, noutros genes, que são também histórias das populações humanas.

A exposição inaugura hoje às 17h30 e mantém-se até dia 7 de Maio. A entrada é livre.

Às 17h45, o investigador José Melo-Ferreira, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (CIBIO/InBIO, Laboratório Associado), fala-nos sobre Darwin, evolução biológica e mutações.

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Em paralelo, organizaram-se duas oficinas didácticas, a decorrer nos dias 26 e 27 de Abril entre as 11h e as 12h30:

. 26 de Abril | Borboletas mutantes!

As mutações alteram o código da vida. Vem decifrar esse código e desvendar a razão das diferenças e semelhanças entre seres vivos.
7-12 anos

. 27 de Abril | Mutações importantes... Serão?

Como se formam as espécies? Porque se extinguem as espécies? Porque é que as mutações são importantes? Vem jogar e descobrir.
7-12 anos

A inscrição nas oficinas é obrigatória.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

a visita à escola EB 2,3 da Agrela no jornal da escola


Foi na passada sexta-feira, dia 7 de fevereiro, que a escola E. B. 2, 3 de Agrela recebeu cinco dos dezoito biólogos evolutivos responsáveis pela publicação da obra UM LIVRO SOBRE EVOLUÇÃO. Esta publicação, que é apresentada publicamente no dia 12 de fevereiro, Dia de Darwin, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, resulta do concurso com o mesmo nome e que premiou o esforço de quarenta alunos, num total de 119 participações nacionais e mexicanas, representando quatro anos de escolaridade: o 5º, o 7º, o 11º e o 12º.

Entre os trabalhos selecionados para fazerem parte do livro constam os textos de quatro alunos da nossa escola que, no ano letivo anterior, pertenciam a duas turmas do sétimo ano. «Como é possível não aceitar a evolução?», «Como é possível que um animal que vive em terra comece a voar?», «Será que todos os seres vivos evoluíram?», «De onde vêm as baleias?» são os títulos dos trabalhos elaborados pelos alunos Mariana Costa, João Silva, Gabriela Santos e Mariana Torres, respetivamente.  Os alunos foram orientados pela professora Ana Almeida, responsável, também, pela organização do evento Tertúlia com Ciência cujo objetivo era a apresentação do livro à comunidade escolar e a entrega do merecido prémio aos alunos vencedores.

Os cinco biólogos que aceitaram o convite da escola para a Tertúlia são investigadores de pós doutoramento da CIBIO / InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto),  Rita Campos, José Melo Ferreira, Rui Faria, Sara Rocha, e da Faculdade de Biologia da Universidade de Vigo,  Leonardo de Oliveira Martins. Rita Campos é a investigadora responsável pela promoção e divulgação do concurso a nível nacional, fazendo, também, a ligação com o México. O livro será editado em português, castelhano e posteriormente em inglês e ficará disponível para consulta em http://umlivrosobreevolucao.blogspot.pt/, pois a primeira edição foi limitada a alguns exemplares que foram oferecidos a cada um dos alunos vencedores, aos professores e à biblioteca escolar.  A escolha desta data para a divulgação do livro no agrupamento teve em consideração a realização da Semana da Leitura que anualmente é promovida pelas Bibliotecas escolares do Concelho de Santo Tirso.

A antecipar a tertúlia com os investigadores, foram preparadas atividades de boas-vindas que incluíram uma interpretação livre do tema In Existence do projeto Beautiful World de Phil Sawyer, alusiva à vida e à biodiversidade, interpretada pela turma do 9º B, orientada pelo professor Pedro Horta, e a apresentação de um poema intitulado  «Ode à Evolução da Vida», construído à semelhança da   «Ode Triunfal» de Álvaro de Campos pelas turmas do 8º A e do 8º B, sob orientação da professora Conceição Amorim. Estas atividades fizeram parte da Semana da Leitura, promovida pelas Bibliotecas Escolares do Conselho de Santo Tirso.

A conversa com os biólogos evolutivos foi bastante animada, contando com a intervenção dos alunos vencedores, de cada um dos investigadores presentes, de professores e de pais sob a moderação da professora Ana Almeida. No encerramento da sessão, e para terminar uma noite fantástica em que a arte, a ciência e a cultura estiveram no centro de todas as atenções, realizou-se um convívio, um coffee time, para ajudar a enfrentar a tempestade que se fazia sentir no exterior e durante o regresso a casa.
A comunidade educativa reagiu da melhor forma a esta iniciativa e ficou em todos o desejo de se repetirem atividades desta qualidade.


http://www.agrelavaledoleca.org/lecinha/?p=1159


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Publicado a 12 de Fevereiro de 2014, no jornal escolar "Lecinha". O texto original, com mais fotografias da noite, pode ser lido aqui.