CONCEPÇÃO
ERRADA: Taxa que aparecem perto da base ou no lado esquerdo da filogenia
evoluíram mais cedo do que os outros taxa da árvore
CORRECÇÃO:
Numa filogenia, é a ordem dos pontos de ramificação desde a raiz até à ponta
que inica a ordem pela qual cladosa diferentes se separam uns
dos outros - não a ordem dos taxa nas pontas da filogenia.
Na filogenia abaixo, os pontos de ramificação mais
antigo e mais recente estão marcados.
Normalmente, as filogenias são representadas de modo
a que os taxa com os ramos mais compridos apareçam na base ou no lado esquerdo
da filogenia (como no caso da filogenia em cima). Estes clados estão ligados à
filogenia pelo ponto de ramificação mais interior e de facto divergiram primeiro dos outros da filogenia.
No entanto, é importante lembrar que o mesmo conjunto
de características pode ser representado por filogenias com diferentes ordem
dos taxa nas pontas e que os taxa com ramos mais longos não são sempre
posicionados perto da esquerda ou da base da filogenia (como mostrado abaixo).
É também importante ter presente que uma quantidade
substancial de mudanças evolutivas pode ter ocorrido numa linhagem depois de
ela ter divergido de outras linhagens próximas. Isto significa que
características que associamos a estes taxa que actualmente apresentam ramos
longos podem ter evoluído apenas muito depois de estes serem linhagens
distintas.
Para mais informação sobre este tema, veja a
concepção errada seguinte.
Para saber mais sobre
filogenética,
veja o tutorial avançado sobre o tópico [em inglês].
.
CONCEPÇÃO
ERRADA: Numa filogenia, um braço longo indica que o táxon mudou pouco desde
que divergiu de outros taxa
CORRECÇÃO: Em
muitas das filogenias que aparecem nos livros de estudo e na imprensa popular,
o comprimento do ramo não indica nada sobre a quantidade de mudanças evolutivas
que ocorreram ao longo desse ramo.
O comprimento dos ramos normalmente não significa
nada e é apenas uma função da ordem da ramificação na árvore. No entanto,
estudantes mais avançados podem estar interessados em saber que em filogenias
mais avançadas, onde o comprimento dos ramos realmente tem significado, um ramo mais comprido normalmente indica
ou um maior período de tempo desde que o táxona se separou
dos restantes organismos na árvore ou mais
mudanças evolutivas numa linhagem!
Este tipo de filogenias podem ser normalmente
identificadas ou por uma escala ou pelo facto de os taxa representados não se
alinharem numa coluna ou linha.
Na filogenia da esquerda1, em baixo, cada
comprimento de um ramo corresponde ao número de mudanças de aminoácidos que
evoluíram numa proteínaa ao longo desse ramo. Nos ramos mais
compridos, a proteína colagénio parece ter experimentado mais alterações
evolutivas que nos ramos mais curtos.
A filogenia à direita ilustra as mesmas relações mas,
nesta filogenia, o comprimento dos ramos não tem significado - notar a falta da
escala e no alinhamento de todos os taxa.
O equívoco de que um táxon num ramo curto sofreu
poucas mudanças evolutivas provavelmente surgiu em parte por causa da forma
como as filogenias são construídas. Muitas filogenias são construídas usando um
grupo externoa (outgroup,
em inglês) - um táxon que não pertence ao grupo de interesse.
Por vezes um grupo externo particular é escolhido
porque se pensa que tem características em comum com o ancestral do clado de
interesse. O grupo externo normalmente fica posicionado perto da parte de baixo
ou do lado esquerdo da filogenia e é apresentado sem qualquer dos seus parentes
próximos - o que faz com que o ramo do grupo externo seja longo.
Isto significa que os organismos que se julga terem
características em comum com o ancestral de um clado são muitas vezes
apresentados nas filogenias com ramos compridos. É importante ter em mente que
isto é um artefacto e que não há uma relação entre ramos compridos e poucas
mudanças evolutivas.
Pode ajudar lembrar que muitas vezes ramos longos
podem tornar-se mais curtos simplesmente por se adicionar mais taxa à
filogenia. Por exemplo, a filogenia à esquerda, abaixo, foca-se nas relações
entre répteis e, consequentemente, os mamíferos aparecem com um ramo longo. No
entanto, se simplesmente se incluírem mais detalhes sobre as relações entre
mamíferos (como se mostra à direita, abaixo), nenhum táxon na filogenia tem um
ramo particularmente longo. As duas filogenias estão correctas; a da direita
simplesmente mostra mais detalhes sobre as relações entre mamíferos.
Para saber mais sobre
filogenética,
veja o tutorial avançado sobre o tópico [em inglês].
--
1Tirado de Organ, C.L., M.H. Schweitzer, W.
Zheng, L.M. Freimark, L.C. Cantley, and J.M. Asara. 2008. Molecular
phylogenetics of mastodon and Tyrannosaurus rex. Science
320(5875):499. DOI:10.1126/science.1154284